quarta-feira, 25 de abril de 2007

ele desafia -vos

desta vez não sou eu mas o Tozé

domingo, 22 de abril de 2007

o resultado final

Recebi uma carta "provinha de uma pessoa amiga de quem não me apetecia lembrar, quanto mais ler o que a dita pessoa escrevera. Fiz uma bola de papel com as duas missivas e atirei-a directamente para dentro do caixote do lixo.
"Conheço o Pedro desde que me conheço. Moravamos ambos na Travessa dos Arneiros, em Benfica, eu ca em baixo entre a oficina de sapateiro do senhor florindo e a carvoaria que vendia briquetes e vinho tinto.
"...era um conhecido general republicano... Aquele homem transpirava amor ao povo e à liberdade.- Embora o seu respeito pelo rigor dos factos fosse relativo", pois a sua vida tinha se transformado e neste momento " descobriu que a sua natureza tal como a do homem é má e de pura maldade hedionda" e disse -me " Deve deixar-se as unhas crescerem durante 15 dias. Oh, como é doce arrancar brutalmente da cama um menino que nada tem sobre o lábio superior,e, de olhos muito abertos, fingir passar-lhe suavemente a mão na testa, puxando-lhe para trás os lindos cabelos! Depois, quando ele menos esperar, enterra-lhe as unhas compridas no peito mole, de modo a que não morra; porque se morresse, não se teria mais tarde o espectáculo das suas misérias". Ja não o reconhecia e ".a temível questão dos limites que devem ser impostos aos poderes dos homem sobre o homem. Ora, nessa via, já não é a história das cosmologias ou das grandes religiões que nos pode servir, por si só, de fio condutor.

"Penso em que medida as nossas histórias pessoais não se entrepõem entre nós a estragar encantamentos e sintonias que às vezes pareciam a descoberta de um destino comum, preparado por uma fada bonita e amiga dos dois. Por isso é que é mais fácil amar fora das nossas rotinas: os encontros também são perturbados pelo peso do tempo, como se as coisas boas só pudessem acontecer ao lado dos enredos levantados pela memória."

Pego num livro pousado na mesa "Introdução à história da agricultura em Portugal" de A. H. de Oliveira Marques (1968, 2.ª Ed.) abro uma pagina ao calhas e leio as sua primeiras linhas «Entre o trigo e o centeio, a cevada exige terrenos leves e de mediana consistência, requerendo menos calor do que qualquer outro cereal.», fecho o e pego noutro compulsivamente repito o gesto e leio em voz alta "… Houve um texto (Trecho 207) rotulado "L. do D. (ou Teive?)", enquanto outros, embora assinados por Teive, foram deixados por Pessoa com o material que juntou para o Livro do Desassossego.", fecho o e vou ao espelho "Sem querer, noto o meu reflexo. Recuo dois passos e me contemplo como nunca antes o fizera. E descubro a curva do corpo, o meu busto ainda hasteado.Toco o rosto, beijo os dedos, fosse eu a outra,antiga e súbita amante de mim."

Paro e penso nos filhos dele "será que podem ser bons no desporto, no desenho, no trabalho comunitário? A fazer um part-time num emprego eventual? Então vamos estimulá-los a triunfar nalguma coisa, para que a sua auto-estima melhore um pouco e possam vencer o pesadelo das aulas" e do passado do pai.

Ando de um lado para o outro como a" registar os seus sentimentos de ansiedade e de fúria, bem como a memória dos ataques de pânico. Primeiro, obter os factos e, depois, perceber o seu significado" , marquei o encontro no bosque ao pé da fronteira tinha de acabar com isto. «ESPEREI AINDA.COMEÇAVA A DESCOBRIR-SE POR ENTRE AS RAQUÍTICAS ÁRVORES A SOBRA DUM CAVALHEIRO, QUE VELOZ SE APROXIMAVA DO MEU COVIL. JÁ VINHA PERTO, A TIRO DE ESPINGARDA.»

Sai dali a correr e enfiei-me no primeiro bar que encontrei e pensei "Todos os corpos dos bares, discotecas e das esquinas sombrias possuem algo de belo, imensamente sedutor e misterioso, seja um sorriso timido nos lábios pintados de vermelho duma rapariga obesa, ou o olhar medroso" de quem como eu tinha fugido a morte numa densa esquina.

Acordo que sonho tão irreal... e penso subitamente nomeus pais e na história de amor que inicou no "Rivoli. Meu Pai jurava que o amor antecedera o orgulho ferido, mas a ordem dos factores é arbitrária - apaixonou-se por ela e pronto! e busco as cartas trocadas e vejo que "Da correspondência que trocaram, restam as cartas de minha Mãe..."



obrigada a todos e se quiserem fazer um outro texto com estes trechos estejam a vontade ..
Claudia
"Penso em que medida as nossas histórias pessoais não se entrepõem entre nós a estragar encantamentos e sintonias que às vezes pareciam a descoberta de um destino comum, preparado por uma fada bonita e amiga dos dois. Por isso é que é mais fácil amar fora das nossas rotinas: os encontros também são perturbados pelo peso do tempo, como se as coisas boas só pudessem acontecer ao lado dos enredos levantados pela memória."
António Alçada Baptista -Riso de Deus

terça-feira, 17 de abril de 2007

mais uma semana e publico o resultado

Black cat
Todos os corpos dos bares, discotecas e das esquinas sombrias possuem algode belo, imensamente sedutor e misterioso, seja um sorriso timido nos lábiospintados de vermelho duma rapariga obesa, ou o olhar medroso..."in Morcegos Libertinos Borboletas Nocturnas de Nelson Sacramento, Oficina doLivro

Sr_antonio

"… Houve um texto (Trecho 207) rotulado "L. do D. (ou Teive?)", enquanto outros, embora assinados por Teive, foram deixados por Pessoa com o material que juntou para o Livro do Desassossego."

NESS
"Rivoli. Meu Pai jurava que o amor antecedera o orgulho ferido, mas a ordem dos factores é arbitrária - apaixonou-se por ela e pronto!
Da correspondência que trocaram, restam as cartas de minha Mãe..." "O tempo dos espelho", de Júlio Machado Vaz

sábado, 14 de abril de 2007

mais 3 linhas de cada um deles

tgv
"...a temível questão dos limites que devem ser impostos aos poderes dos homem sobre o homem. Ora, nessa via, já não é a história das cosmologias ou das grandes religiões que nos pode servir, por si só, de fio condutor;" "Homo Aestheticus" - Luc Ferry


Mo said...
"...registar os seus sentimentos de ansiedade e de fúria, bem como a memória dos ataques de pânico. Primeiro, obter os factos e, depois, perceber o seu significado."A Gestão Segundo Tony Soprano de Anthony Schneidere"

...num alfabeto tão arcaico. Além disso, a sua identidade, como visigodos, desapareceu rapidamente depois da invasão. - Eu vi o livro, Max, e a escrita era ulfiliana. - Ruben continuava..."O Espelho de Salomão de Léon Arsenale

cris
"O Fio Das Missangas" de Mia Couto - ContosEditorial Caminho,SA Lisboa - 2004
[...]Sem querer, noto o meu reflexo. Recuo dois passos e me contemplo como nunca antes o fizera. E descubro a curva do corpo, o meu busto ainda hasteado.Toco o rosto, beijo os dedos, fosse eu a outra,antiga e súbita amante de mim.[...]

quinta-feira, 12 de abril de 2007

as frases dos livros deles

Lúcia
...era um conhecido general republicano... Aquele homem transpirava amor ao povo e à liberdade.- Embora o seu respeito pelo rigor dos factos fosse relativo.
"Clube Dumas"- Arturo Pérez-Reverte

Abssinto
("Contos" - Álvaro do Carvalhal")
«ESPEREI AINDA.COMEÇAVA A DESCOBRIR-SE POR ENTRE AS RAQUÍTICAS ÁRVORES A SOBRA DUM CAVALHEIRO, QUE VELOZ SE APROXIMAVA DO MEU COVIL. JÁ VINHA PERO, A TIRO DE ESPINGARDA.»

Fatyly
"será que podem ser bons no desporto, no desenho, no trabalho comunitário? A fazer um part-time num emprego eventual? Então vamos estimulá-los a triunfar nalguma coisa, para que a sua auto-estima melhore um pouco e possam vencer o pesadelo das aulas"
(relendo) Inventem-se Novos Pais - Daniel Sampaio

SAM said...
" Os cantos de Maldoror" de Isidore Ducasse,
" Descobriu que a sua natureza tal como a do homem é má e de pura maldade hedionda." Deve deixar-se as unhas crescerem durante 15 dias. Oh, como é doce arrancar brutalmente da cama um menino que nada tem sobre o lábio superior,e, de olhos muito abertos, fingir passar-lhe suavemente a mão na testa, puxando-lhe para trás os lindos cabelos!Depois, quando ele menos esperar, enterra-lhe as unhas compridas no peito mole, de modo a que não morra; porque se morresse, não se teria mais tarde o espectáculo das suas misérias"

Mano 69
"Introdução à história da agricultura em Portugal" de A. H. de Oliveira Marques (1968, 2.ª Ed.)
«Entre o trigo e o centeio, a cevada exige terrenos leves e de mediana consistência, requerendo menos calor do que qualquer outro cereal.»

quarta-feira, 11 de abril de 2007


marta said...
Sou uma MulherContinuar a ser feliz

Diz-me as 3 primeiras linhas da pag. 25 do que andas a Ler

vamos escrever um conto com frases dos que lemos ?
desafio vos a isso ...
ora aqui estão as minhas primeiras 3 linhas da pagina 25 ...


"...provinha de uma pessoa amiga de quem não me apetecia lembrar, quanto mais ler o que a dita pessoa escrevera. Fiz uma bola de papel com as duas missivas e atirei-a directamente para dentro do caixote do lixo. "
Em busca do Carneiro Selvagem- Haruki Murakami

Tozé

" conheço o Pedro desde que me conheço. Moravamos ambos na Travessa dos Arneiros, em Benfica, eu ca em baixo entre a oficina de sapateiro do senhor florindo e a carvoaria que vendia briquetes e vinho tinto ..." Livro de Crónicas - António Lobo Antunes

mais respostas ao desafio

Ness

Sou alguém em competição constante comigo próprio, da qual saio perdedor com frequência, mas não tenho a desistência no horizonte.

Gostava de ser mais objectivo, mais organizado, mais disciplinado, menos preguiçoso e mais prudente.


Bartolomeu said...
Eu sou! Não tenho duvidas que sou! Com toda a garantia, posso afirmar que sou! Se eu não fosse, todos vocês não seriam também, logo, se vocês são, eu também sou, ou seja, a garantia de eu ser, é a de vocês serem. Aquilo que quero ser, é o projecto continuado daquilo que sou, hoje. Como cantava Jeanis Joplin... o futuro não existe, o ontem não existe... it's always the same fuk'in day man. Mas... Sting, aquele rapaz que foi Police, também afirmou... be your self, no mether what they say. Como não sou capaz de inventar nada e até novos dados, vou-me apoiando no princípio do Yin e do Yan, vou pondo um pezinho à frente do outro, um de cada vez, tentando não tropeçar.

terça-feira, 10 de abril de 2007

O que sou e o que quero ser ?

Eles disseram isto... obrigada meus amigos
Eu digo isto

Eu sou a menina insegura, que ama a vida, se transformou em mulher e mae... sem nunca deixar de ser filha...
Quero ser a amiga a companheira de todas as horas para as pessoas que gosto e que gostam de mim...

Toze said...
Je ne suis rien. Je ne serai jamais rien. Je ne peux vouloir être rienJá lá dizia o Poeta...

Fatyly said...
Sou uma mulher simples...mas nunca uma simples mulher!Gostaria de "ser" amada por um homem simples... e nunca por um simples homem!

cris said...
Emotiva até às últimas o que me custa uma ansiedade que nem se imagina!O que quero ser?Conseguir continuar a ser a mãe que as minhas filhas compravam, sem hesitar, se houvesse uma feira de mães :-)

Abssinto said...
Eu sou o Charlot, como no último post...Gosto, mas às vezes como custa!beijo
3 de Abril de 2007 20:41

wind said...
Sou a que não vejo nada e vejo tudo.o que quero ser?Ser "Eu".


MIGue.L said...
eu! ando perdido, ás vezes, outras até sem onde estou.sonho acordado e vivo a dormir, sou isto e aquilo, sou tudo e nada... no fundo ainda ando á procura do que souue.


tgv said...
Ultimamente tenho aprendido a gostar de coisas. Dá-me sempre vontade de mais, engolir o mundo todo de uma só vez. Como aqueles planos do asfalto a passar depressa; parece que tudo aquilo entra para o lado do espectador. O carro de corridas não pára!

Fábula said...
fazendo minhas as palavras que te definem no teu perfil: eu sou como sou! ;) e o que quero ser? quem sou.

black cat said...
Já tinha respondido no blog da Fatyly, mas aqui está:O que sou? Eu mesma, para o bem e para o mal.O que quero ser? Feliz. Simples mas muitooo complicado...

segunda-feira, 2 de abril de 2007

um novo desafio

Escreve-te, conta-me
...
O que és ?
e o que queres ser?

...